Auditoria aponta R$ 431 milhões de sobrepreço no Estádio de Brasília

Campo do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, visto da arquibancada. Arena foi inaugurada na manhã deste sábado (18) pela presidente Dilma Rousseff e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (Foto: Lucas Nanini/G1)Campo do Estádio Nacional de Brasília
(Foto: Lucas Nanini/G1)
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal apontou que supostas irregularidades nos editais relacionados à construção do Estádio Nacional de Brasília podem ter elevado em R$ 431 milhões o preço da arena. A análise também diz que o custo total da obra deve ficar em R$ 1,9 bilhão – 183% a mais que o previsto originalmente, R$ 670 milhões. O relatório foi publicado pelo jornal "Folha de S.Paulo" neste domingo (16) e, posteriormente, divulgado pela assessoria do órgão.
Por e-mail, a Secretaria Especial da Copa, negou as irregularidades, disse que é transparente e que o resultado da fiscalização é preliminar. Afirmou ainda que o custo do estádio poderá cair para R$ 1,2 bilhão em razão do abatimento de créditos e que não é correto dizer que o orçamento inicial era de R$ 670 milhões, porque a licitação não previa cobertura, gramado, placares eletrônicos e assentos. Também falou que o tribunal inclui na análise obras do entorno da arena e que estes custos não podem ser atribuídos ao espaço.
O tribunal diz que os dados foram obtidos por meio de visitas com registros fotográficos, exames em contratos e conferência de procedimentos. Para o órgão, houve superfaturamento, supervisão inadequada, não cumprimento do cronograma e emprego de aditamentos que ultrapassaram limites legais.
Sem mais esforços, percebe-se que os custos foram superestimados, pois o transporte de pré-moldados ocorre dentro do próprio canteiro de obras. A utilização de custo de transporte de guia para DMT de Brasília-Goiânia é totalmente inadequada para o serviço analisado, não merecendo comentários adicionais para a reprovação do método"
Trecho do relatório de auditoria do
Tribunal de Contas do DF
Entre as suspeitas de superfaturamento levantadas pelo órgão estão equívocos no transporte de materiais pré-moldados, que foi calculado como se ocorresse entre Goiânia e Brasília (240 quilômetros), quando na verdade a fábrica fica próxima ao estádio (1,5 quilômetro).
Com isso, o custo do transporte cobrado do GDF foi de R$ 592 por metro cúbico, quando deveria ser de R$ 3,70. Somente neste caso, o prejuízo foi estimado em R$ 879 mil.
“Sem mais esforços, percebe-se que os custos foram superestimados, pois o transporte de pré-moldados ocorre dentro do próprio canteiro de obras”, diz o documento. “A utilização de custo de transporte de guia para DMT de Brasília-Goiânia é totalmente inadequada para o serviço analisado, não merecendo comentários adicionais para a reprovação do método.”
O relatório aponta ainda que há licitações relacionadas ao estádio que ainda não foram concluídas: urbanização e paisagismo no entorno, estimada em R$ 360 milhões; monitoramento e controle das emissões sonoras, por R$ 120 milhões e fornecimento e instalação de sistema de comunicação visual, a R$ 7,1 milhões.
O tribunal aguarda explicações do GDF a respeito dos problemas apontados. Em janeiro o órgão abriu prazo de 30 dias, prorrogados por mais 90 dias, para o governo se explicar. O estádio é considerado o mais caro dentre os que receberam obras para a realização da Copa do Mundo de 2014.
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Dr. Carlos Araújo de Souza

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